Isso envolve condições como sinusite, rinite, hipertrofia de adenóides, hipertrofia de cornetos nasais, desvio de septo nasal, pólipos nasais, distúrbios do olfato e outros problemas respiratórios relacionados.
Otorrinolaringologia
O que é a Otorrinolaringologia?
A Otorrinolaringologia é a especialidade médica responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças relacionadas com os ouvidos, nariz, garganta e estruturas relacionadas. O termo “otorrinolaringologia” é derivado das palavras gregas “otó” (ouvido), “rino” (nariz) e “laringo” (garganta), refletindo a área de atuação desta especialidade médica.
Os médicos otorrinolaringologistas, também conhecidos como otorrinos, são especialistas no diagnóstico e tratamento de uma ampla variedade de problemas de saúde, incluindo:
Doenças da garganta e laringe
Os otorrinos tratam condições como hipertrofia das amígdalas, amigdalite, faringite, laringite, rouquidão (disfonia), distúrbios na deglutição, distúrbios na voz e tumores.
Doenças do ouvido
Isso pode incluir infecções do ouvido (otite), perda auditiva, zumbido, distúrbios do equilíbrio (vertigem) e malformações congénitas do ouvido.
Os tratamentos desta especialidade médica podem incluir terapêuticas medicamentosas e/ou intervenções cirúrgicas. Nas crianças, é especialmente importante a realização de uma consulta de otorrinolaringologia quando existe algum dos seguintes sintomas:
- Ronco (ressonar)
- Alterações do sono
- Respiração oral
- Obstrução nasal frequente
- Olheiras
A intervenção do otorrino pode ser imprescindível no estabelecimento de um adequado padrão respiratório nasal, essencial para o correto desenvolvimento orofacial da criança.
Saiba o porquê da influência da respiração nasal sobre o desenvolvimento dos maxilares
A respiração nasal, que é inerente ao ser humano, além de ter a importante função de preparar o ar para atingir as estruturas mais nobres do sistema respiratório, estimula o crescimento adequado do complexo craniofacial, com influência direta no desenvolvimento dos maxilares, na postura da mandíbula (osso maxilar inferior), no posicionamento da língua e na manutenção do espaço aéreo.
Além disso, durante o crescimento facial, a respiração nasal permite que os músculos orofaciais (lábios, língua, bochechas e face) funcionem corretamente, interagindo com outras funções como a mastigação e a deglutição.
O maior estímulo para o crescimento dos ossos é o trabalho dos músculos sobre eles. A função da musculatura orofacial tem sido, ao longo do tempo, considerada como fator relevante no crescimento e na forma do esqueleto craniofacial.
Por outro lado, quando existe algum impedimento para existir uma respiração nasal, obriga a uma respiração oral e a boca aberta torna os músculos faciais frouxos, atrapalhando as funções de sucção, mastigação, deglutição, fonação, expressão facial e mímica.
Os efeitos da respiração são muitas vezes manifestados na face. Portanto, um paciente portador de respiração oral pode apresentar as seguintes características:
- Aumento do terço inferior da face;
- Desenvolvimento assimétrico dos músculos;
- Alterações no posicionamento da cabeça e consequentemente na posição do pescoço;
- Alterações no complexo dento-facial: mordida aberta anterior, desproporção entre o maxilar superior e inferior, etc.
- O nariz torna-se pequeno e curto;
- As bochechas ficam pálidas e baixas;
- A boca fica constantemente aberta;
- O lábio superior é curto;
- A mandíbula fica posicionada para trás e tem falta de desenvolvimento, tornando-se geralmente menor;
- Olheiras;
Portanto, é importante promover a respiração nasal adequada, tratar as condições que causam a obstrução nasal e procurar ajuda médica especializada se houver preocupações relacionadas com o desenvolvimento dos maxilares e com a respiração.
Um otorrinolaringologista e um médico-dentista podem avaliar e propor um tratamento adequado para essas questões.
Sabia que a respiração influencia o estado de saúde geral e a qualidade do sono?
Durante a respiração nasal, o ar entra no nariz e é aquecido, umedecido e filtrado. Daí o ar vai para os pulmões, onde ocorrem importantes trocas metabólicas, responsáveis pela produção de elementos autoimunes, que darão resistência às alergias.
Quando uma pessoa usa a boca para respirar em vez do nariz, há irritação das fossas nasais, causando rinite. Como a expiração também é pela boca, as secreções acumulam-se nos seios parasanais, surge uma condição propícia para o aparecimento de bactérias e, assim, infecções causadoras de sinusites e otites.
O ar ao ser inspirado pela boca, não é humedecido, filtrado e não tem a temperatura equilibrada, o que causa irritação nos brônquios e bronquíolos, podendo proporcionar o ínicio de bronquite e asma. Além disso, quando a respiração é oral, a oxigenação cerebral torna-se menos eficaz.
A respiração oral pode ter um impacto significativo na qualidade do sono. Quando a respiração oral ocorre de forma crónica ou frequente durante a noite, pode levar a vários problemas relacionados com o sono, tais como:
A respiração oral pode contribuir para distúrbios respiratórios do sono, como a apneia obstrutiva do sono (AOS).
Na AOS, as vias respiratórias fecham-se parcial ou completamente durante o sono, resultando em pausas na respiração e despertares frequentes.
A respiração oral pode aumentar a probabilidade de obstruções nas vias aéreas superiores, agravando os sintomas da AOS.
A respiração oral tende a ser mais barulhenta e pode levar ao ronco. O ronco é causado pela vibração das estruturas nas vias aéreas superiores devido ao fluxo de ar restrito.
O ronco crónico pode afetar negativamente a qualidade do sono.
A respiração oral pode resultar em despertares frequentes durante a noite, interrompendo o sono reparador. Isso pode levar a uma sensação de cansaço e sonolência diurna, prejudicando a qualidade de vida.
Respirar pela boca durante o sono pode levar à boca seca e ao ressecamento das vias aéreas, o que pode causar desconforto e irritação na garganta.
A boca seca crónica também pode aumentar o risco de cáries dentárias e problemas de saúde oral.
É importante destacar que a respiração oral durante o sono pode ser um sinal de um problema subjacente, como uma obstrução nasal, desvio de septo, amígdalas aumentadas ou alergias.
É recomendado consultar um médico especialista em sono ou um otorrinolaringologista para avaliar e tratar essas condições, a fim de restaurar uma respiração nasal adequada durante o sono.
Uma criança com respiração oral é muitas vezes rotulada de forma equívoca, como portadora de déficit de atenção, por ser inquieta, dispersiva e agitada e passa desnecessariamente a ser medicada.
Mas, na verdade, é a compensação natural para que o cérebro tenha mais oxigenação. E quando a criança é obrigada a ficar parada, fica sonolenta.
Cada caso é único, e um profissional de saúde qualificado poderá oferecer uma avaliação personalizada e opções de tratamento adequadas para cada situação.